quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Eleições 2012: Índice de candidaturas femininas deve crescer

A deputada federal Gorete Pereira compõe um grupo suprapartidário que trabalha para elevar a participação da mulher na política 

 A eleição da primeira mulher à Presidência é apontada como um dos fatores que otimizaria a participação do gênero 

 O índice de mulheres candidatas nas eleições deste ano deve ser bem maior que nas eleições passadas. Essa é a expectativa da deputada federal Gorete Pereira (PR), que, na Câmara dos Deputados, compõe um grupo suprapartidário de mulheres que trabalha para elevar a participação feminina nos parlamentos e demais instâncias políticas, nas três esferas de poder. 

 A chamada Lei das Eleições (Lei 9.504/97) exige que a chapa proporcional de cada partido ou coligação seja composta por, no mínimo, 30% e, no máximo, de 70% de candidatos do mesmo sexo. Esse dispositivo tem criado dificuldade para partidos de todos os matizes ideológicos porque o número de mulheres candidatas é inferior ao exigido. 

 Nas eleições de 2010, por exemplo, foi observado um grande número de desistências de candidaturas femininas, levando a crer que várias candidaturas eram de "fantasia", apenas para a legenda não ser prejudicada no registro de sua chapa. Além disso, vale ressaltar que a maioria dos eleitores brasileiros é do sexo feminino, e a quantidade de mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados foi muito pequena, chegando a 42 deputadas para um total de 513 parlamentares. 

 Desempenho 

 Para Gorete Pereira, única representante mulher cearense na Câmara dos Deputados, a situação mudou de maneira significativa e com a candidatura e eleição da presidente Dilma Rousseff, a expectativa é de um número bem maior de mulheres candidatas, não somente pelo fato de existir uma mulher na Presidência da República, mas também porque várias mulheres, com um bom desempenho administrativo, estão na composição ministerial. 

 Revela a parlamentar cearense que, em recente reunião de um grupo de 11 mulheres, deputadas federais filiadas a diferentes partidos, ficou definida uma estratégia de trabalho para estimular candidaturas femininas, principalmente em alguns Estados que, no último pleito, não elegeram nenhuma mulher para a Câmara Federal. 

 Poder 

 A constatação de que a quantidade de mulheres eleitas no último pleito é pequena está fazendo com que seja desenvolvido um trabalho estimulando as mulheres a se candidatarem para todos os cargos em disputa: prefeita, vice-prefeita e vereador. Então, "nós estamos trabalhando o poderamento da mulher. Ela tem que procurar o poder". 

 Na avaliação de Gorete Pereira, a mulher não deve ficar apenas na retaguarda do processo político. Para ela, muitos homens chegam ao poder com a ajuda das mulheres, que são as lideranças comunitárias de diferentes segmentos das bases. "Nós queremos inverter esse quadro. As pessoas que desenvolvem um trabalho político e têm voto devem se filiar a um partido e se candidatar", ressalta. 

Diário do Nordeste

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