sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Marta não quer dar lugar a Pimentel e irrita líder do partido



A senadora paulista Marta Suplicy está determinada a permanecer na vice-presidência do Senado, descumprindo assim o acordo de rodízio firmado ano passado com o cearense José Pimentel, que tem pressionado os colegas para assumir o posto.


Marta tem ignorado os apelos do líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), com a justificativa de que o regimento interno do Senado lhe permite ficar no posto até fevereiro de 2013, argumento que, no dizer do líder, “não tem sentido”, “se baseia unicamente no interesse político dela” e prejudica o relacionamento entre os senadores petistas. 



A disputa remonta a fevereiro do ano passado, quando, após confronto interno que dividiu a bancada, foi feito o trato: Marta ocuparia a vice-presidência em 2011 e Pimentel em 2012. A paulista aceitou por acreditar que seria candidata do PT à Prefeitura de São Paulo na eleição deste ano, tarefa que acabou sendo confiada pelo ex-presidente Lula a Fernando Haddad, que recentemente deixou o Ministério da Educação para entrar de vez na campanha. 
Para ocupar a vaga de Haddad a presidente Dilma Rousseff nomeou Aloizio Mercadante, dando-lhe força para disputar com Marta a candidatura do PT ao governo de São Paulo em 2014. Desgostosa com o PT e antevendo uma nova contenda, Marta decidiu vingar-se ignorando o acordo com Pimentel e garantindo visibilidade na segunda cadeira mais importante do Senado. Ela comanda as sessões da Casa na ausência do presidente, José Sarney (PMDB-AP).


EFEITO CASCATA  DA REBELDIA

Com a decisão de marcar terreno, Marta criou mais problemas para o partido, pois impeliu outros senadores que haviam se comprometido com outros rodízios em comissões da Casa a ameaçar repetir o gesto rebelde. 
Atual presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim (PT-RS) deveria ceder o cargo para a senadora Ana Rita (PT-ES), mas começa a pensar em continuar ali até 2013. “Não dá para todo ano ficar fazendo acordo e mudando os quadros, já que o mandato previsto para os cargos é de dois anos”, diz o senador gaúcho.
Delcídio Amaral (PT-MS), por seu turno, já fala em se manter por mais um ano no comando da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa. Pelo acordo firmado ano passado, o senador do Mato Grosso do Sul daria lugar a Eduardo Suplicy (SP) na presidência da CAE em 2012.


O Estado

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