domingo, 7 de fevereiro de 2010

PMDB governista vence 1º round e reforça Temer para chapa de Dilma

Liminar de grupo de Quércia é derrubada e convenção reelege presidente do partido com 591 dos 597 votos

O deputado Michel Temer (SP) conseguiu ontem se reeleger presidente do PMDB, apesar da resistência do grupo liderado pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. A vitória da chapa única encabeçada pelo atual presidente da Câmara na convenção nacional do partido também consolidou seu nome como candidato a vice da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência. A reeleição foi aprovada por 591 dos 597 convencionais que participaram do encontro.

Apoiado pelos diretórios regionais de Pernambuco, Paraná e Santa Catarina, o grupo de Quércia obteve na sexta-feira uma decisão liminar da Justiça do Distrito Federal impedindo o encontro, mas o recurso foi cassado à noite. Ele, que apoia o governador José Serra (PSDB) para disputar a Presidência, é contrário à formação da aliança nacional entre o PMDB e o PT.

Há ainda setores do partido que defendem a candidatura própria - o governador do Paraná, Roberto Requião, chegou a lançar o seu nome na disputa. O presidente do diretório do PMDB do Paraná, deputado Waldyr Pugliesi, classificou a convenção de "manobra maquiavélica" e acentuou que o nome de Requião continua posto como alternativa.

A vitória de Temer foi celebrada pelo Planalto. "Essa recondução de Michel Temer reforça a participação do PMDB na ideia da pré-candidatura da ministra como sucessora do presidente Lula", disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

"O PMDB precisa de muito mais espaço nacional", defendeu Temer. "Sem o PMDB não há condições de conduzir o País." Fortalecido pela reeleição, ele evitou tratar a possível indicação para o posto. "Vice é circunstância política. Só mais adiante vamos verificar qual é a consolidação da aliança e em seguida qual é o melhor nome."

Quércia criticou o que chamou de "antecipação da convenção". "Ela simplesmente impediu a hipótese de uma outra chapa concorrer à eleição do Diretório Nacional. Foi uma afronta ao partido, uma violência contra a democracia e que não repercute bem entre peemedebistas históricos e de coração."

Também cotado para ocupar a vice, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, evitou falar sobre seu futuro político. "A minha absoluta atenção no momento, até o começo de abril, é o Banco Central."

Mesmo argumentando que a discussão sobre a aliança só ocorrerá em junho, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), defendeu a indicação de Temer. "O candidato que mais aglutina forças."

Fonte: Estadão

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