sexta-feira, 5 de março de 2010

Novas denúncias sugerem que Arruda era informado de operações antecipadamente

Depoimentos foram revelados nesta sexta-feira

Depoimentos colhidos pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) revelam que o governador licenciado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), mantinha uma rede de informações que funcionaria a partir dos serviços prestados por integrantes da cúpula da Polícia Civil no DF.

Este material foi divulgado um dia após a vice-procuradora da República, Deborah Duprat, ter defendido no Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção da prisão de Arruda. Em sua fala, ela argumentou sobre a importância do afastamento do governador licenciado para o surgimento de novas denúncias.

— Temos provas recentes que mostram que várias provas só foram obtidas agora depois da prisão do governador. Policiais civis tiveram coragem, agora, porque o governador está preso, de denunciar que em outras duas operações o governador tinha interferido para impedir que houvesse a investigação a respeito de Marcelo Toledo e de um outro doleiro —, revelou a vice-procuradora.

A suspeita era investigada desde a apreensão de documento pela Polícia Federal na casa de Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda. O documento continha anotações sobre a Operação Tellus, que investigava a cobrança de propina na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, na época comandada pelo então vice-governador, Paulo Octácvio.

Os policiais civis citados por Debora são o ex-diretor do Departamento de Atividades Especiais (Depate) Celso Moreira Ferro Júnior, o sucessor dele no Depate, delegado Cícero Jairo, e o ex-diretor do Departamento da Polícia Judiciária da Capital (Decap) Marco Aurélio Vergílio de Souza.

Em depoimento, Ferro Júnior revelou que havia sido contratado por Arruda para espionar adversários políticos e conseguir informações sobre possíveis ações policiais que pudessem comprometer o governo.

- Arruda era informado com alguns dias de antecedência da realização desta ou daquela operação -, disse Ferro Júnior.

O policial afirmou ainda existir um relatório sobre a investigação que apurava direcionamento de licitações em publicidade para empresas vinculadas ao ex-secretário de Comunicação do DF Welligton Moraes. Moraes foi preso pela mesma ordem expedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) que ordenou a detenção de Arruda. As informações são do site G1.

ZEROHORA

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